quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Manaus, a Paris dos Trópicos

Manaus, 1900.
A cidade vive a pujança do 1o Ciclo da Borracha, e pelo qual é o centro de todo o processo. Se outrora, quanto ao seu aspecto urbano, Manaus é conhecida por sua simplicidade, agora, toda a cidade é um verdadeiro canteiro de obras: praças são abertas, ruas e avenidas feitas, aterros e escavações são realizadas e, construídas magníficas pontes, como as pontes da Cachoeirinha e da Cachoeira Grande, importadas da Europa.
Em ritmo acelerado, Manaus e sua paisagem vão mudando. É uma cidade urbanizada, a primeira do Brasil, tem luz elétrica, redes de água encanada e esgotos, e bondes elétricos sob a administração da Manaós Railway Company. O Mercado Adolpho Lisboa, construído em "art nouveau", sua estrutura em ferro fundido e forjado, com pórtico de ferro rendilhado e vitrais, é uma réplica do Les Halles de Paris! No Porto de Manaus, atracam navios das grandes cidades da Europa e dos Estados Unidos, trazendo para os palcos do Teatro Amazonas, inaugurado poucos anos antes, óperas, orquestras e artistas internacionais, como Sarah Bernhardt e Enrico Caruso. Manaus, a cidade nas selvas com estilo e requinte europeu, vivia a Belle Époque. Era a concretização do projeto arquitetônico de uma proposta mais abrangente e avalassadora: a europeização da cidade, e consequentemente, uma redefinição de sua identidade calcada nos ideais de modernidade e civilidade. Logo, merecidamente a denominaram "Paris dos Trópicos".
Sabendo disso, o Peter, de vez em quando pra tirar um sarro com minha cara , que eu sei, diz que sou sua "parisiense dos trópicos".